quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Existem benefícios no uso de beta-lactâmicos em infusão contínua?

Beta-Lactam Infusion in Severe Sepsis (BLISS trial)
A antibioticoterapia otimizada é um dos caminhos para alcançarmos melhores resultados no tratamento de pacientes em sepse grave e choque séptico. Existem intervenções que são reconhecidamente benéficas e outras que ainda são objeto de estudos. Nesse contexto se destacam as estratégias de infusão contínua de beta-lactâmicos, partindo do pressuposto farmacológico de que a eficácia bactericida é maior a depender de quanto maior o tempo que a concentração da droga livre no plasma fica acima da concentração inibitória mínima. Existem dúvidas de que essa estratégia seja eficaz in vivo e leve a melhores desfechos.
O ensaio clínico Beta-Lactam Infusion in Severe Sepsis (BLISS) visava avaliar estes desfechos. Em uma população de 140 adultos com quadro de sepse grave, excluidos pacientes em terapia renal substitutiva. Demonstrou um possível benefício em aumentar taxa de cura clinica (56 versus 34 %, p = 0.011), mais dias livres de ventilação mecânica (22 versus 14 dias, p = 0.043) e maior taxa de alcança da meta PK/PD. Sem diferença na mortalidade em 14 ou 28 dias.
Apesar das limitações, o trabalho reforça possíveis benefícios já apontados em outros ensaios clínicos e meta-análises. Pode ser que o uso de uma bomba de infusão aumente a eficácia dos beta-lactâmicos? Aguardamos ansiosamente novos estudos nessa direção. No momento carecemos de evidências mais robustas para o uso destes dados em decisões à beira-leito.
Mais informações: Beta-Lactam Infusion in Severe Sepsis (BLISS). Intensive Care Med. 2016 Jan 11.

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